quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Areia, mão. Não combina.


Vento forte e mar em fúria. Nuvens absurdamente pretas, céu cinzento, noite escuta, sombria. Barraquinhas voando, gente correndo, criança chorando, desespero. Em meio á um tornado, uma ponta de céu azul, bem pequena e bem distante. Estou eu, tentando encontrar a formula, o jeito, a mânha, a escada, o caminho até o azul, mas vou confessar que tá cada dia mais complicado. Não há uma estrela-cadente pra me da uma luzinha.

Agora, o vento, o mar, o tornado, os choros e o desespero, passou. Só ficou lama, muita lama, sujeira. E as minhas mãos, lá no meio, com meus olhos atentos só observando a areia cair em uma fração de segundos, queria que ela ficasse paradinha na minha mão, sem mover um grão. Mas não dá, só posso ver grão por grão cair e se juntar ao molho de lama. É exatamente assim que me sinto. Vendo tudo o que um dia foi um mar de rosas, uma paisagem linda de se ver, o que sempre foi meu, escorregando pela palma da minha mão, e eu, sem poder fazer absolutamente nada, os grãos são pequenos demais pra serem guardados dentro de um saquinho plástico e levado no meu bolso pra onde quer que eu vá, é tudo pequeno demais, é tudo grande demais. Mas eu vou alcançar o céu azul, vou fazer a areia ficar quetinha em frente ao mar. E você... comigo.

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