terça-feira, 29 de novembro de 2011

Geleia

Assim como o gelo no fogo, o quente na brisa e a lágrima que cai, os sonhos, desejos, paixões e romances se desmancham, e num processo lento e talvez um pouco doloroso as coisas seguem, de uma maneira melhor ou nem tanto. A respiração de quem um dia foi sua alma interior, vira indiferença aos sonhos de quem se desmanchou e cinzas virou. Uns chamam de acaso, dor, destino ou sobrevivência, ou só a lei da vida. Gosta, trás pra dentro do peito, uma brisa congelante bate e tudo cristaliza, passa por cima, diz que a ama, empurra mais pra dentro do peito, o tempo passa e as coisas se modificam, vão escorrendo e saem do seu peito, dói. E o ciclo começa de novo, até que passa a se acostumar a pegar o que escorre e empurrar pra dentro do peito e parar de se importar se desmancha ou se fixa, e quando menos perceber, ele vai virar pedra e nunca mais vai sair do seu peito, é assim que eu especifico o amor, uma geleia que escorre e quanto mais você se importa, mais ela sai do seu peito.